Equipa operacional de Busca e Salvamento.

Encontrar uma pessoa desaparecida não é sorte ou fruto do acaso. Todo o trabalho assenta na base de um bom planeamento que permite colocar os meios correctos no local certo (de maior probabilidade), tornando a busca mais rápida e eficiente.

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Teoria 2 "O Perfil"




Como vimos no post anterior, se eu, a partir de um determinado ponto, atirar uma agulha para um palheiro e depois a procurar com um detector de metais, ao fim de mil repetições fazendo um estudo estatístico de onde encontrei a agulha, é possível prever onde no palheiro é mais provável encontrar a 1001ª agulha que lançar.

Mas se não for só eu a lançar a agulha? Vamos supor que convidamos 1 jogador de basebol, uma criança de 4 anos e um idoso com 85 anos a lançar a agulha do mesmo ponto. Depois de fazermos o tal estudo sobre onde caíram as agulhas de cada um, verificaríamos que haveria diferenças quanto ao local mais provável de encontrar as agulhas de cada lançador com características diferentes. Assim, podemos concluir que as características pessoais do lançador determinam, por exemplo, a distância a que é mais provável encontrar a agulha a partir do ponto de lançamento.
Essas características pessoais são o perfil da pessoa, da mesma forma que determinadas características (perfil) do lançador fazem com que a agulha seja encontrada em locais distintos, também pessoas com diferentes perfis se perdem para locais diferentes. Assim, é natural que uma criança de 4 anos se perca para um local diferente de um desportista radical e este para um local diferente de um idoso com demência, etc.
Os perfis são então agrupamentos de características que ditam comportamentos diferentes quando as pessoas se perdem . Quando atribuímos a uma pessoa desaparecida um determinado perfil, estamos a assumir que tem as características desse grupo e também comportamentos semelhantes, logo também se perderá para o mesmo tipo de sítio.

Desta forma, podemos avaliar a importância da recolha de dados para estabelecer o perfil, pois trata-se da 1ª premissa do nosso problema de busca e é com esta informação que o coordenador da busca faz o plano inicial de busca. Acontece, por vezes, a vítima "mudar" de perfil durante a busca por terem sido adicionadas novas informações e tal facto pode fazer mudar a estratégia de busca (muitas vezes radicalmente).

O perfil da pessoa que procuramos pode dar-nos informação muito útil, como a distância provável ao ponto de partida, as características da área para onde se perde, quanto tempo temos para encontrar a vítima viva, etc.

Em baixo podemos ver quadros estatísticos agrupados por perfil (Koester).
Dá para observar diferenças, quer na distância provável ao PLS (Point Last Seen - ponto onde vítima foi vista a última vez), quer no tipo de local que estes perfis aqui representados "escolhem" para se perder.

Publicamos também a folha de "Questionário de Perfil" elaborada e utilizada pela BARC, para que possa ser usada e melhorada por outras equipas de busca e salvamento.