Através do estudo de casos passados de um determinado fenómeno, conseguimos prever o desfecho desse mesmo fenómeno, no futuro, se em iguais condições.
No nosso dia-a-dia utilizamos essa mesma lógica, mesmo quando utilizamos o senso comum. Por exemplo: quando saímos de casa e o céu está nublado levamos o guarda chuva porque prevemos que vai chover. Isto, porque muitas vezes no passado quando o céu esteve nublado, choveu. Mas algumas vezes acontece não chover e levámos o guarda-chuva para nada. Se tivéssemos feito um estudo científico de todas as condições daquele dia, como fazem os meteorologistas, teríamos uma previsão mais precisa. Mas, para isso, é necessário agrupar as variáveis que podem influenciar o facto de chover ou não, recolher dados sobre um elevado número de dias possíveis e fazer um tratamento estatístico dos dados para poder fazer a previsão.
Do mesmo modo, aplicando a poderosa ferramenta, que é a estatístia, ao estudo dos casos passados de pessoas desaparecidas, conseguimos prever o comportamento provável dos que se irão perder, a área onde é mais provável encontrá-los e o desfecho provável do caso. Este é um método científico que, embora não seja totalmente infalível, é a forma mais séria de utilizar as probabilidades para prever o futuro. Quanto maior for o número de casos estudados, maior a precisão estatística e, como tal, maior a eficácia desta nossa máquina de prever o futuro.
A informação mais pertinente que esta máquina nos vai fornecer será (i) a distância percorrida pela pessoa desaparecida, tendo como referência o último ponto onde esteve, e (ii) quais as áreas tipo onde há maior probabilidade da pessoa ser encontrada.
Esta informação será utilizada pelo coordenador da busca, de forma a poder estabelecer prioridades e atribuir os meios que tem ao seu dispôr, para que a pessoa desaparecida possa ser encontrada o mais depressa possível.
Pretende-se pois procurar no local mais provável de encontrar, uma vez que as vítimas estão, na maior parte das vezes, fragilizadas e a busca é uma corrida contra o tempo.
Podemos encontrar a informação estatística em bases de dados para incidentes de pessoas desaparecidas. Como em Portugal não temos conhecimento de existirem estudos sobre esta matéria, a BARC utiliza a informação de 2 fontes: a "International Search & Rescue Database" (ISRID) - 50.000 casos recolhidos em vários países - e a base do "Center for Search Resarch" UK - cerca de 5.000. Embora as diferenças culturais de clima e topográficas sejam importantes, foram estas bases que estão disponíveis que nos pareceram mais adequadas à nossa realidade.
Links uteis:
- http://www.dbs-sar.com/ Robert Koester ISRID
- http://www.seachresarch.org.uk/ UK Missing Person Behavior Study (actualizado para 2011)